A equipa de investigadores do Laboratório de Inteligência Artificial da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade da Beira Interior, em Covilhã, desenvolveu um sistema de IA capaz de detetar Alzheimer até 20 anos antes dos primeiros sintomas.
O projeto consiste na análise de exames de ressonância magnética e eletroencefalografia através de algoritmos de deep learning para identificar padrões que indiquem o início da doença. A precisão do sistema na deteção precoce de Alzheimer é superior a 90%.
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência e afeta principalmente pessoas com mais de 65 anos. É uma doença neurodegenerativa progressiva que destrói a memória e outras funções mentais importantes. Na fase inicial, os sintomas são muito subtis e incluem esquecimentos frequentes ou dificuldade em encontrar as palavras certas.
À medida que a doença progride, os sintomas tornam-se mais graves e incluem perda de memória, confusão, alterações de humor e dificuldade em realizar tarefas diárias. Não existe cura para o Alzheimer, mas tratamentos para atrasar a progressão da doença e aliviar os sintomas estão disponíveis.
Quanto mais cedo for diagnosticado o Alzheimer, melhores são as hipóteses de beneficiar de tratamentos para retardar o avanço da doença, o que torna os resultados deste projeto de IA tão promissores. A deteção precoce, até duas décadas antes dos primeiros sintomas, pode ser crucial para o desenvolvimento de novos tratamentos.
O sistema de deep learning analisa milhares de imagens de ressonância magnética e eletroencefalogramas para identificar padrões quase imperceptíveis ao olho humano que indicam as primeiras alterações cerebrais associadas ao Alzheimer. A precisão do diagnóstico precoce é superior a 90% e os falsos positivos são residuais, o que permite um elevado grau de confiança nos resultados.